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terça-feira, 20 de julho de 2010

Anda, estou aqui





Estou há tanto tempo à tua espera, estou aqui a sorrir para ti e tu não me vês? Estou aqui, à espera de viver, podes vir de onde quiseres, mas anda...
Estou sentada no meu sitio preferido, naquele onde me deixaste o último sorriso, o último toque, o último arrepio na barriga, eu continuo aqui, a ver como o céu muda de cor, a ver como os dias passam lentamente, vi a chuva ir-se embora e agora a noite anuncia um dia de sol, um dia de Verão, já passou tanto tempo e tu ainda não voltaste e eu estou à espera quando sei que devia ir ao teu encontro, mas não consigo, não tenho força para tal, as minhas passadas são dolorosas, as minhas pernas perdem o movimento e eu não me consigo levantar de novo, esta queda deixou-me marcas profundas, cicatrizes tatuadas no corpo em vermelho vivo, e agora tenho medo de me magoar outra vez, prefiro manter cicatrizes do que ter feridas novas, mais dolorosas, eu sei o que me queres dizer, eu sei que devo apagar as cicatrizes do passado, em vez de deixar que estejam acorrentadas ao meu corpo como se não as pudesse curar, mas o medo prende-me, arrasta-me até ele para que eu não volte a cometer os mesmos erros, os erros de uma pessoa inocente que ainda não sabe viver, de uma pessoa que parece forte mas no fundo é como uma criança que precisa de colo depois de uma grande queda...
Oh medo deixa-me gritar que estou aqui, tira-me as amarras e deixa-me livre para correr atrás da minha força porque eu sou capaz de encntrá-la se me soltares, eu sei que sou capaz, se me deixares!
Eu sei que não me vais deixar, que vou ter de lutar contra ti e contra a tua força inabalável, vou sentir-me uma incapaz, uma fraca mas tenho de tentar, porque ninguém me vem encontrar, ninguém vem buscar-me, vou ter de fugir...

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